Em meio a tantos escândalos envolvendo políticos brasileiros que temos visto nos últimos meses e até anos, es que surge alguém que pode não ser totalmente honesta como queríamos, mas ao menos se apresenta como um ser racional e ético em algumas situações, uma figura bem conhecida no meio da política e que volta e meia vem nos surpreendendo com suas falas em defesa do povo brasileiro.
Essa voz que se entona em alto e perfeito tom, é da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que demostra a cada fala sua o que procuramos dentro e fora do cenário político brasileiro e não encontramos, uma coisa tão rara que muitas pessoas nem conhecem. POSICIONAMENTO ÉTICO!
Um termo fácil de se pronunciar e de se praticar mais que muitas vezes cai no esquecimento e deixa muitas pessoas desprovidas de tal virtude, não é difícil vermos alguém deixando lixo em vias públicas, furando filas em bancos e outros estabelecimentos, aproveitando-se de vagas prioritárias, palpitando na vida alheia e cometendo outras pequenas coisas para facilitar o seu dia-a-dia.
Muitas vezes se esquecem que alguém está sendo prejudicado para que eles sejam privilegiados, perdeu-se totalmente o sentimento de amor e respeito pelo outro. Quando vemos um exemplo como os que vou citar da senadora já mencionada, ficamos esperançosos, pois é ali que percebemos que nem todo mundo é egoísta na nossa sociedade.
Vamos aos exemplos: durante a votação da maldita PEC 55 no ano passado, Gleisi usou do seu direito de se pronunciar e foi em defesa do povo brasileiro, dizendo que mexer nos salários e nos direitos dos trabalhadores que só ganham para seu sustento é muito fácil, difícil seria antes de tomar essas medidas diminuir seus próprios salários, e ainda cita um projeto de lei que foi feito por ela para diminuir o salário dos senadores , mas que foi engavetado.
Nesta terça (21), numa sabatina para analisar a indicação de Alexandre de Morais para o STF, ela volta a dar exemplo, pouco depois de começar a seção ela pede a fala ao presidente da comissão e se declara impedida de participar do processo de análise de Morais para a vaga de ministro do STF. Para se justificar ela apenas cita o artigo 306 do regimento interno do Senado Brasileiro que obriga os senadores presentes na sessão a votar, a menos que o assunto tratado tenha interesse pessoal. Ela usou a seguinte fala:
"Todos nessa comissão, na imprensa, na sociedade conhecem meu posicionamento claro em relação a essa indicação. Entretanto levando em conta que sou membro dessa comissão na condição de suplente, caso seja convocada a votar em razão de eventual ausência de membro titular do bloco a qual eu pertenço, quero convocar o artigo 306 do regimento interno para declarar meu impedimento."
Ela é ré no STF por suspeita de receber junto com o marido dinheiro de forma ilegal para sua campanha ao senado em 2010. Ela nega que isso tenha ocorrido.
O que chama a atenção é que ela é contra a indicação de Alexandre ao STF e mesmo assim fez o que nem um outro político na condição dela faria, se auto impedir de votar, caso fosse necessário, simplesmente por questão ética. Mesmo sabendo que por conta disso perderia sua oportunidade de votar contra a indicação do Ministro. É realmente muito bom saber que a ética do brasileiro sobrevive mesmo onde menos esperamos.
Texto Jorge Noronha

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