Direitos humanos: garantia de uma vida plena, equânime e livre de opressões?


Vivemos em um país colonizado por portugueses, repleto de costumes e heranças de seus colonizadores, somos imersos e imersas numa história conflituosa e de opressão, inicialmente exercida sobre os, as indígenas, alastrando-se aos escravos, escravas trazidos, trazidas de outros continentes, sobretudo o africano.

A quase 130 anos atrás (muito recentemente), assistimos a assinatura da lei áurea pela princesa Isabel do Brasil, que libertou escravos e escravas que trabalhavam em condições sub-humanas em engenhos, fazendas e cidades. Tivemos pouco mais de um ano após esse momento, a proclamação da nossa república, que passou a ser governada pela primeira vez, por um presidente, deixando para trás a monarquia, mas não as injustiças e o patriarcalismo. Pouco mais de meio século antes havíamos conquistado nossa "independência"...

Toda a história do Brasil está coberta por injustiças, lutas por poder, afrontas e descumprimentos aos direitos humanos, em contra partida sempre houveram pessoas inconformadas que revindicaram direitos e avanços que hoje são tão comuns que nem nos damos conta de que um dia foram negados. Porém, isso diz respeito a uma parcela miníma daquilo que realmente deveria ser posto em prática na vida em sociedade e no convívio com o outro, a outra.

As opressões que agora assustam o país são assim como as ditas "já superadas", muito dolorosas e exercidas sempre sobre as classes menos favorecidas pelos poderes públicos, classes essas, historicamente desvalorizadas e marginalizadas.

Vivemos hoje em uma terrível crise ética, que afeta e fere totalmente os direitos humanos. A corrupção tira de nós direitos básicos como, à saúde, à educação, à dignidade e diversos outros e serve de mal exemplo para as futuras gerações, que já nascem cobertas de imposições sociais, ditadas e permeadas por padrões que impedem a prevalência dos direitos humanos.

Estamos em um campo de batalhas, cobertos, cobertas por inseguranças, nos valendo apenas da boa e velha esperança que sempre nos rodeou. Na política as esperanças são erroneamente depositadas em falsos heróis, capazes de prometer a total aniquilação do mal em nossa sociedade. Transformando nossas ruas em palcos de absurdas colocações contra os direitos humanos.

Estamos longe de fugir do mal que nos acomete, porém sabemos o caminho a percorrer, o que nos resta é usar nossas armas para o bem comum, pensar humanamente, agir de maneira assídua e não nos render aos discursos de mudança pautados em paradigmas que visivelmente ferem nossos direitos e não buscam a equidade entre todas e todos, não apenas as "maiorias".

Texto: Jorge Noronha

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